Cinesiofobia

Para o Topo

O medo de realizar movimento e reincidência de lesão (cinesiofobia) é um fator associado à dor crónica e incapacidade.

 

Visto que a população é altamente atingida por problemas crónicos de saúde acompanhados por dor, especialmente músculo esqueléticos, é relevante a compreensão dos impactos do medo relacionado à dor sobre a saúde dos pacientes.

 

O termo cinesiofobia foi, então, introduzido para denominar o "medo irracional, excessivo e limitante aos movimentos e atividades físicas, resultante de uma sensação de vulnerabilidade a uma possível lesão física".

 

A médio prazo, o medo e evitar a realização de movimento em antecipação à dor podem trazer consequências físicas (perda de mobilidade, força e condicionamento por desuso) e psicossociais (perda de auto-estima, depressão, isolamento). 

 

 

Dor

A dor musculo esquelética é atualmente a segunda causa mais comum de incapacidade da população mundial, sendo por isso uma condição cada vez mais prevalente e com um grande impacto económico-social.

 

A dor está não só associada a fatores físicos como a fatores psicológicos, cognitivos, comportamentais, sociais e ocupacionais e todos estes podem contribuir para um mau prognóstico após o início da mesma, o que pode explicar a recuperação mais demorada após um episódio de dor aguda. O prolongamento da dor aguda para dor crónica, a experiência e o impacto da mesma podem resultar numa espiral de consequências físicas, sociais e psicológicas negativas como o medo na realização do movimento.

 

 

Medo do movimento, um ciclo vicioso

A presença do medo do movimento constitui uma reação natural do corpo com o objetivo de protegê-lo de fatores desencadeantes da dor ou lesão. No entanto, o medo do movimento/cinesiofobia passa a ser considerado prejudicial quando condiciona ou prejudica o dia-a-dia da pessoa, o sucesso da reabilitação e consequentemente a qualidade de vida da pessoa, aumentando o risco de desenvolver dor crónica após lesão aguda.

 

Posto isto, a cinesiofobia é definida como uma condição onde o indivíduo sente medo excessivo, irracional e debilitante na realização de um determinado movimento ou atividade, pelo receio que este provoque aumento da dor, piore a lesão ou que origine uma reincidência de novas lesões.

 

Estes indivíduos reagem exageradamente em resposta a ameaças reais ou potenciais desenvolvendo comportamentos de evitação do movimento, limitando as atividades da vida diária e participação social, evitando a realização de tarefas comuns, originando um ciclo vicioso, “não se mexe porque dói e dói porque não se mexe”.

 

Prevalência e mecanismo da cinesiofobia

A prevalência da cinesiofobia em utentes com dor crónica varia de 50% a 70%, sendo mais frequente em indivíduos com dor lombar crónica e pode ser adquirida de duas formas: experiência direta (como por exemplo, experiências de dor ou trauma) ou aprendizagem social (observação e instrução).

 

Nesta condição, se um movimento previamente neutro é seguido por dor, este vai ser evitado no futuro. Os comportamentos de evitação tornam-se, geralmente, persistentes porque ocorrem em resposta a uma expetativa futura de ocorrência de dor, e não necessariamente à dor atual do indivíduo.

 

Geralmente, a cinesiofobia é acompanhada com o efeito nocebo, que consiste na criação de uma expetativa negativa, acreditando que o movimento o fará piorar, levando à catastrofização da dor. Este efeito nocebogera ansiedade e interpretações corporais contrárias, como por exemplo passar por experiências onde o estímulo não é prejudicial, mas o indivíduo interpreta-o como um movimento que causa dor intensa devido à diminuição do limiar de dor.

 

Este medo do movimento impõe uma barreira quando o exercício é prescrito como parte do tratamento, resultando em implicações clínicas significativas, incluindo a diminuição da adesão ao tratamento, perseverança de uma experiência negativa com a dor e consequentemente, aumenta o sedentarismo e a incapacidade física.

 

 

Tratamento

A intervenção passa pelo tratamento conservador através da Fisioterapia. Neste é importante corrigir os ajustes posturais e do comportamento motor que afetam o desempenho de atividades e ações relacionadas à gestão e controlo da dor, uma vez que a um maior grau de cinesiofobia corresponde níveis superiores de dor e à incapacidade relacionada com a mesma.

 

Durante o processo de reabilitação é também extremamente importante uma abordagem psicológica e cognitiva focada na diminuição do medo do movimento. Esta abordagem deve estar presente ao longo de todas as sessões de fisioterapia juntamente com uma equipa multidisciplinar. Estratégias específicas de educação devem ser implementadas de forma a diminuir e, posteriormente eliminar crenças negativas relacionados ao movimento.

 

Nesta condição é importante romper o vicioso, possibilitar o movimento do corpo, redescobri-lo, iniciar a reaprendizagem motora sem a presença de dor e de medo do movimento, sem associar o movimento à dor. Esta reaprendizagem motora deve ser realizada através da execução de exercícios específicos para a condição da pessoa e devem ser realizados com progressões lentas para desmistificar a evitação e o medo do movimento.

 

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